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| A ferramenta pode mudar a arborização urbana, especialmente em locais com alto índice de quedas de árvores. Foto: Reprodução |
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um software inovador capaz de indicar podas saudáveis para árvores, reduzindo o risco de quedas. O projeto, fruto de uma colaboração entre o Instituto de Estudos Avançados, o Instituto de Biociências e o Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), utiliza tecnologia avançada para preservar a integridade das árvores urbanas.
Segundo o professor Emílio Carlos Nelli Silva, do Departamento de Engenharia Mecatrônica da USP e vice-diretor do RCGI, a poda inadequada pode desestabilizar a estrutura natural da árvore.
"Quando você faz uma poda, você tira o equilíbrio dela, afastando-a do ponto de otimização natural. Nosso algoritmo ajuda a restaurar essa harmonia", explica.
Entenda o processo
O sistema utiliza escaneamento a laser para criar uma nuvem de pontos da árvore, transformando-a em um modelo computacional 3D. Esse modelo simula o comportamento mecânico da árvore sob diferentes condições, como ventos fortes e peso próprio.
"Removemos elementos não estruturais, como folhas e ninhos, para focar apenas na análise de resistência", detalha Nelli Silva.
Com base nesses dados, o algoritmo de otimização sugere os cortes ideais, mantendo a estabilidade da árvore e evitando danos futuros.
Eficácia comprovada
Os primeiros testes práticos foram realizados dentro do campus da USP, com resultados promissores."Identificamos regiões críticas onde a árvore perde rigidez após uma poda. Com a repoda otimizada, conseguimos restaurar seu equilíbrio", afirma o pesquisador.
A tecnologia pode revolucionar a arborização urbana, especialmente em cidades com alto índice de quedas de árvores. O próximo passo é automatizar o processo, utilizando drones e veículos equipados com laser, além de criar um banco de dados para futuras aplicações em inteligência artificial.
Com essa inovação, a USP reforça seu papel no desenvolvimento de soluções sustentáveis para os desafios das grandes cidades.
Fonte: Jornal da USP
