![]() |
O projeto deve beneficiar 2,4 mil famílias em cerca de 76 comunidades da região do médio Juruá. Fotos: Divulgação Asproc |
Um novo investimento do Fundo Amazônia promete transformar a realidade de milhares de famílias ribeirinhas no estado do Amazonas. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram a liberação de R$ 39 milhões para apoiar pequenos produtores e extrativistas da região do médio Juruá, uma das áreas mais isoladas da floresta.
![]() |
O investimento vai apoiar pequenos produtores rurais e extrativistas do AM. |
A iniciativa vai beneficiar diretamente 2,4 mil famílias – cerca de 10,4 mil pessoas – espalhadas por 76 comunidades. O foco está no fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, como óleos vegetais, açaí e pescado, que são a principal fonte de renda para essas populações tradicionais.
Desafio logístico e oportunidades
A região do médio Juruá enfrenta um grande isolamento geográfico: algumas comunidades levam até 52 horas de viagem para chegar aos centros urbanos mais próximos. Esse fator dificulta o escoamento da produção e o acesso a mercados.
Para mudar esse cenário, o projeto prevê:
- Capacitação técnica para 1,2 mil pessoas em práticas sustentáveis;
- Infraestrutura para armazenamento e transporte de produtos;
- Sistemas agroflorestais (SAFs) em áreas já degradadas;
- Manejo sustentável de 1,8 milhão de hectares de floresta.
Além disso, será ampliado o Comércio Ribeirinho Solidário, uma solução criativa que já conecta 55 comunidades por meio de balsas, facilitando a troca de mercadorias sem a necessidade de longas viagens.
Impacto do programa
Para o presidente da Asproc, Ecivaldo Dias, o investimento representa um reconhecimento do papel das comunidades extrativistas na preservação da Amazônia.
“Essa parceria fortalece nosso protagonismo e mostra que é possível gerar desenvolvimento respeitando o modo de vida de quem vive da floresta”, afirmou.
O Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES, já financiou mais de 120 projetos desde 2008, com investimentos que ultrapassam R$ 3 bilhões. Países como Noruega, Alemanha e EUA estão entre os principais doadores.
Com essa nova ação, a expectativa é que as comunidades ribeirinhas ganhem mais autonomia econômica, provando que é possível viver da floresta sem destruí-la.
Fonte: BNDES