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Após 11 anos, a Conferência Nacional do Meio Ambiente está de volta – e com urgência. Foto: Vecteezy |
Por Luciana Bezerra
Apresentada nesta sexta-feira (25) pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente marca o retorno do maior evento participativo da agenda ambiental brasileira após 11 anos de sem acontecer. O evento está previsto para os dias 6 a 9 de maio, em Brasília, com o tema “Emergência Climática: o desafio da transformação ecológica”.
O encontro deve reunir cerca de três mil participantes entre representantes da sociedade civil, delegados estaduais e autoridades públicas — com expectativa de presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de abertura. O foco é aprovar 100 propostas prioritárias que possam guiar políticas públicas de enfrentamento à crise climática no Brasil.
“A força desse processo está na diversidade dos saberes, nos conhecimentos tradicionais, nos povos indígenas, quilombolas e comunidades que já enfrentam, na prática, os efeitos da mudança do clima”, afirmou a ministra Marina Silva, que também liderava a pasta na última edição da conferência, em 2013.
Segundo Larissa de Oliveira, coordenadora da conferência, o processo mobilizou mais de 2 mil municípios e todos os estados brasileiros, resultando em 2.635 propostas colhidas em atividades autogestionadas, conferências municipais, intermunicipais e estaduais.
“O objetivo é subsidiar uma política nacional sobre o clima, incentivar a adaptação climática nos municípios, e que a sociedade se aproprie também desse processo”, explicou.
Sobre a Conferência
A etapa atual é resultado de um processo que começou em 2024, com 62 atividades autogestionadas e mais de 900 conferências locais realizadas. A segunda fase envolveu a triagem de mais de 6 mil propostas, das quais 540 foram priorizadas. Agora, na etapa nacional, os delegados e delegadas irão selecionar as 100 proposições mais relevantes.
Apesar de não estar diretamente ligada à COP30 — que será realizada em novembro, no Brasil em 2025 —, a CNMA é considerada um passo fundamental na preparação do país para o evento climático global. Marina Silva foi enfática:
“Não basta fazer um debate vazio. Precisamos de ações concretas, e essa conferência é um chamado para isso”, conclui.