Brasil vai mapear comunidades tradicionais em parceria inédita

A parceria visa otimizar censo de comunidades tradicionais em todo o Brasil. Foto: Fernando Donasci/MMA

Um novo acordo firmado entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promete mudar a forma como o país coleta dados sobre povos e comunidades tradicionais (PCTs). A parceria, assinada nesta semana, tem como foco ampliar a produção de informações que realmente representem esses grupos e contribuam para a construção de políticas públicas mais eficazes.

O documento, com validade de cinco anos, estabelece um plano detalhado dividido em oito etapas. As ações vão desde a identificação de territórios prioritários até a criação de um aplicativo mobile que permitirá a coleta colaborativa de dados geográficos diretamente pelas comunidades.

Para Edel Moraes, secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais do MMA, a iniciativa é um passo necessário para reconhecer esses grupos nos dados oficiais. 

“O acordo representa um avanço significativo na formulação de políticas públicas mais justas e eficazes para os povos e comunidades tradicionais, reconhecendo não apenas a presença, mas também a importância da manutenção dos modos de vida desses grupos como um pilar essencial para a garantia de seus direitos”, afirma.

Além da tecnologia, o acordo prevê o cruzamento de informações entre diferentes órgãos públicos e a construção coletiva de metodologias, com apoio direto das lideranças dos próprios povos tradicionais. A ideia é que os dados reflitam a realidade vivida por essas comunidades e não apenas números frios nos relatórios.

A participação ativa do IBGE garante que os dados gerados entrem nas estatísticas oficiais do país, como os censos demográficos. Isso deve ampliar a visibilidade desses grupos, historicamente ignorados nas grandes pesquisas nacionais, e fortalecer sua presença nas decisões do Estado.

Com essa iniciativa, MMA e IBGE buscam não só preencher lacunas nos dados, mas também garantir que cada território e cada modo de vida sejam respeitados e valorizados como parte fundamental do Brasil que queremos enxergar — e construir.

Fonte: MMA

Postagem Anterior Próxima Postagem