Falta de saneamento impacta milhões de mulheres no Brasil

 

Cerca de 41,4 milhões de mulheres residem em casas sem coleta de esgoto. Foto: Freepik

A falta de saneamento básico no Brasil tem impactos profundos na vida das mulheres, afetando sua saúde, renda e educação. Segundo um estudo realizado pela EX Ante Consultoria Econômica e Instituto Trata Brasil, em parceria com a BRK Ambiental, 41,4 milhões de mulheres residem em casas sem coleta de esgoto, e 15,8 milhões não têm acesso à água tratada. Essas condições precárias contribuem para o aumento de doenças e limitam o desenvolvimento pessoal e profissional das brasileiras.

Saneamento básico poderia tirar 18,4 milhões de mulheres da pobreza. Foto: Vecteezy

A pesquisa revela que a ausência de saneamento básico agrava a pobreza menstrual, com mulheres de baixa renda gastando 16 vezes mais em produtos de higiene pessoal em comparação com aquelas de maior renda. Além disso, a falta de banheiro em casa impacta a renda mensal das mulheres em 66,7%, evidenciando como a desigualdade de gênero é amplificada pela falta de infraestrutura básica.

No âmbito da saúde, os dados são alarmantes: em 2019, houve 273.224 internações por doenças de veiculação hídrica, sendo 51,6% delas de mulheres. A falta de saneamento também está ligada a 80,6 milhões de casos de afastamentos por doenças respiratórias e hídricas, afetando diretamente a capacidade das mulheres de trabalhar e estudar. O acesso universal ao saneamento poderia reduzir em 63,4% a incidência de doenças ginecológicas.

A educação também é prejudicada. Mulheres que vivem em residências sem banheiro tiveram uma nota 53,1 pontos inferior no ENEM em 2019, com atraso escolar de até 3 anos. Crianças e jovens em áreas sem coleta de esgoto têm um atraso escolar 3,3% maior, comprometendo o futuro de gerações inteiras.

O estudo reforça que o acesso universal ao saneamento básico poderia tirar 18,4 milhões de mulheres da pobreza, injetando R$ 13,5 bilhões na economia brasileira. A presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Siewert Preito, destaca que a falta de saneamento é "devastadora" e coloca em risco toda uma geração de estudantes e profissionais. A solução para esses desafios passa pela implementação efetiva do Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020.

Fonte: Instituto Trata Brasil


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