Expedição científica monitora rios da Amazônia em busca de poluentes

As amostras serão submetidas a mais de 160 parâmetros de qualidade para identificar a presença de elementos como metais pesados e microplásticos. Foto: divulgação UEA

Após 14 dias de expedição, o barco do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), atracou em Manaus nesta quarta-feira (26/3). A equipe, composta por 19 tripulantes, percorreu cinco municípios do estado – Urucurituba, Borba, Manicoré, Novo Aripuanã e Humaitá – coletando amostras que, em cerca de uma semana, revelarão a qualidade das águas dos rios da Bacia Amazônica.

Cientistas programam novas expedições para abril e maio deste ano. 

A expedição intitulada "Iriru 2", realizada no início do período de cheias, contou com a participação de nove cientistas, incluindo estudantes de graduação, mestrado, doutores e professores da universidade e tem como objetivo preservar a os recursos naturais da Amazônia.

As amostras serão analisadas nos laboratórios da Escola Superior de Tecnologia (EST/UEA), onde serão submetidas a mais de 160 parâmetros de qualidade para identificar a presença de elementos como metais pesados e microplásticos. O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) apoia o processo.

Segundo o coordenador do ProQAS/AM, professor Sergio Duvoisin Jr., a coleta de peixes foi um dos destaques da expedição: 

"Conseguimos coletar uma quantidade bem maior. Precisávamos coletar peixes conhecidos como forrageiros, que são aqueles menores que servem de alimento para outros peixes. Se os forrageiros estiverem muito contaminados com mercúrio, eles terão um impacto enorme na cadeia alimentar até chegar à comercialização para a população."

Para o reitor da UEA, professor, André Zogahib, o trabalho da equipe do ProQAS/AM demonstra o compromisso com a preservação ambiental. 

"O trabalho científico realizado por esses pesquisadores é um desafio muito grande, mas um desafio que traz retornos ainda maiores ao nosso ecossistema. As próximas expedições, assim como as anteriores, com certeza serão fundamentais para a vida dos nossos rios e a saúde da nossa população."

Análise de microplásticos

A análise de microplásticos se tornou um parâmetro fundamental nesta expedição. A presença desses resíduos representa uma ameaça crescente não só aos rios, mas também aos solos e à fauna local, contaminando, inclusive, as populações ribeirinhas que dependem dos recursos naturais para sobreviver.

Novas expedições

O programa de pesquisa marítima realizará duas expedições cruciais, uma em abril e outra em maio deste ano, coincidindo com os períodos de cheia e seca dos rios. Essa estratégia permitirá aos cientistas comparar os dados coletados em diferentes condições ambientais, aprimorando a compreensão sobre o ecossistema local.

Fonte: UEA

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