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Foto: Carlos Borges |
Muito antes da invenção do plástico, os povos da Amazônia já dominavam uma técnica ancestral de embalagem a vácuo, usada para conservar a farinha d’água de maneira eficiente e sustentável. Conhecido como paneiro de farinha d’água de Bragança, esse método inovador, feito a partir de fibras naturais, mantém os alimentos frescos e prontos para consumo sem a necessidade de químicos ou materiais sintéticos.
Embora o inventor americano Thomas Edison tenha patenteado a primeira embalagem plástica a vácuo do mundo, em 1881, registros históricos apontam que povos indígenas da Amazônia já utilizavam o paneiro há séculos. O sistema funciona de maneira simples, porém engenhosa: a farinha é armazenada dentro do recipiente feito com fibras de guarimã, e, ao ser compactada, o ar é retirado naturalmente, garantindo uma conservação prolongada.
Essa tecnologia sustentável foi amplamente utilizada até a chegada do plástico industrial, em entre 1930 e 1950, que aos poucos substituiu o paneiro por sua praticidade e produção em larga escala. No entanto, diferentemente das embalagens plásticas, que se tornaram um problema ambiental global, o paneiro é biodegradável e ecologicamente responsável.
Resgate histórico
O reconhecimento dessas práticas ancestrais como alternativas viáveis ao plástico ganha cada vez mais relevância em um mundo que busca reduzir resíduos e repensar hábitos de consumo. Resgatar o paneiro da Amazônia não é apenas valorizar o conhecimento tradicional, mas também encontrar soluções sustentáveis para o futuro da alimentação e da preservação ambiental.
Se Thomas Edison tivesse aprimorado a tecnologia ancestral usada pelos povos originários da Amazônia, não teríamos tantas embalagens plásticas destruindo nosso planeta.
Uma vez que a inovação do passado já provou sua eficiência, talvez seja hora de olharmos para trás e trazer esse modelo para o presente. Afinal, a resposta para um mundo mais sustentável pode estar nas mãos de quem sempre soube viver em harmonia com a natureza.
Fonte: Sebrae