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A falta de áreas verdes e o excesso de asfalto agravam o problema. Foto: Vecteezy |
Enquanto a mídia retrata as ondas de calor com imagens de praias lotadas e pessoas se refrescando no mar, a realidade da maioria da população brasileira é bem diferente, principalmente para trabalhadores da construção civil, que enfrentam longas jornadas sob altas temperaturas e usam uniformes de poliéster, material plástico que retém o calor. Pessoas que dependem de ônibus lotados, sem ventilação adequada, e crianças em escolas sem infraestrutura para o calor são as principais vítimas dessa crise climática.
O calor extremo, agravado pelo desmatamento e pela queima de combustíveis fósseis, aumenta as emissões de gases de efeito estufa e acelera o aquecimento global. No Brasil, cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, entre outras, já enfrentam temperaturas acima de 40°C, com sensação térmica de até 60°C, destacando a urgência de ações contra a crise climática.
Solução
Em 2023, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a Europa registrou 47.312 mortes por calor extremo, tendo como países mais afetados Grécia, Itália e Espanha. No Brasil, recordes de temperatura mostram cidades despreparadas para a crise climática.
Criar áreas verdes pode reduzir temperaturas em até 5°C, tornando as cidades mais frescas e resilientes. Parques, corredores verdes e telhados vegetados ajudam a absorver calor e prevenir enchentes. Além disso, é essencial investir em bebedouros e pontos de distribuição de água para trabalhadores expostos ao sol. Ajustes na jornada de trabalho, como pausas obrigatórias e horários flexíveis, também são fundamentais para proteger a saúde da população.
A sociedade e a mídia devem parar de romantizar o calor extremo e tratá-lo como uma ameaça à saúde pública. O aquecimento global não é apenas um fenômeno ambiental, mas também uma questão de justiça social.