O Pirarucu pode atingir até 200 kg e 3 metros de comprimento. Foto: Adriano Gambarini | Asproc |
Por Luciana Bezerra
"As cooperativas garantem aos seus cooperados acesso a insumos de qualidade, tecnologias modernas, assistência técnica, soluções de armazenagem e canais eficientes de comercialização, assegurando viabilidade econômica", afirma Laís.
Castanha e Bioeconomia
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Foto: Vecteezy |
A cooperativa foi fundada em 1992 com o objetivo de fortalecer os castanheiros da Comunidade São Francisco do Iratapuru, garantindo melhores preços e maior reconhecimento no mercado. Além disso, investe na capacitação dos extrativistas para que adotem técnicas sustentáveis e promovam a conservação da biodiversidade.
"Nós oferecemos todo o suporte para nossos cooperados, dando orientações sobre cadeia produtiva, rastreabilidade e qualidade do produto. Também apoiamos nossos membros em questões de saúde e fornecemos equipamentos para facilitar o trabalho", afirma Aldemir Pereira, diretor administrativo da Comaru.
Extrativismo Sustentável
Outro exemplo de cooperativismo aliado à sustentabilidade é a Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), no Médio Juruá, no Amazonas, que tem se destacado como um modelo eficaz de conservação ambiental e geração de renda para comunidades ribeirinhas. Atualmente, mais de 700 famílias são beneficiadas pelo projeto.
A Asproc, criada em 1991, lidera iniciativas que unem proteção da biodiversidade e desenvolvimento social. Por meio do manejo sustentável do pirarucu, peixe símbolo da Amazônia, as comunidades têm garantido a preservação dos estoques pesqueiros e a segurança alimentar, enquanto ampliam suas fontes de renda.
Em 2023, o projeto monitorou 185 ambientes, contabilizando mais de 53 mil pirarucus e gerando uma renda de R$ 2 milhões para 321 famílias. Em 2024, a pesca manejada atingiu 61% de eficiência, fortalecendo a gestão sustentável dos recursos e beneficiando 216 famílias de 44 comunidades e Terras Indígenas.
De acordo com Ana Alice Britto, coordenadora da Asproc, o manejo do pirarucu, realizado entre setembro e novembro, ocorre em áreas de conservação sob normas rigorosas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para evitar a pesca ilegal.
"Esse modelo de economia solidária não só fortalece a organização comunitária, mas também promove a conservação da Floresta Amazônica, reforçando a importância das práticas sustentáveis na região", afirma Ana Alice.
Além do impacto ambiental, o extrativismo sustentável tem impulsionado políticas públicas e inovações comerciais. A Asproc desenvolveu a marca coletiva "Gosto da Amazônia", que aproxima a gastronomia do manejo sustentável, ampliando a venda do pirarucu para o Brasil e outros países como Singapura e China.
Em 2024, a associação obteve a certificação Fair Trade USA para o pirarucu de manejo. Segundo Brasilo, representa um marco fundamental para a pesca sustentável na Amazônia, validando a importância social, ecológica e comercial do manejo comunitário da espécie.