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Foto: Vecteezy |
Em um passo decisivo rumo à descarbonização e à transição energética, Brasil e Japão avançam na formulação de uma cooperação técnica que integrará combustíveis sustentáveis e tecnologias limpas. A iniciativa, batizada de Iniciativa para Combustíveis Sustentáveis e Mobilidade (ISFM), foi debatida em reunião realizada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no último dia 18 de janeiro, contando com a presença de representantes dos dois governos. O projeto tem como objetivo posicionar ambos os países na liderança global do combate às mudanças climáticas.
A ISFM busca fomentar o uso de combustíveis renováveis, como biocombustíveis, biogás e hidrogênio verde, aplicados a motores híbridos e flex. Segundo o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, a aproximação entre Brasil e Japão ocorre em um momento estratégico, especialmente com a realização da COP 30 em Belém, em novembro. "Esse evento reforça a importância do Brasil como protagonista na agenda climática global, e iniciativas como essa ajudam a atrair mais países para a causa da descarbonização", afirmou.
O vice-ministro para Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI), Takehiko Matsuo, também enfatizou o impacto global da parceria. Para ampliar o debate, o Japão pretende realizar uma conferência ministerial sobre combustíveis sustentáveis durante a Expo Mundial de Osaka, em outubro. O evento servirá como palco para reafirmar os compromissos climáticos e ampliar a cooperação internacional no setor de energia limpa.
A parceria também deve ganhar um novo marco com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, prevista para março deste ano. Na ocasião, está programada a assinatura de um memorando formalizando a cooperação técnica sobre a ISFM.
Além da transição energética, os governos também discutiram a cooperação econômica entre o Mercosul e o Japão, que vem sendo fortalecida desde 2011. Projetos conjuntos também incluem iniciativas para a economia circular, economia digital e a utilização de sistemas de satélite.
O encontro contou ainda com representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério de Minas e Energia (MME), reforçando a importância da integração bilateral no desenvolvimento de soluções sustentáveis.