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Foto: ©️ Maruja Produções/IEB |
No coração da Amazônia, onde a diversidade cultural e linguística se entrelaça com desafios históricos de acesso à saúde, uma inovação tecnológica está transformando realidades. Desde 24 de janeiro, profissionais de saúde e integrantes da comunidade Warao, em Belém (PA), estão testando o aplicativo LUA – Linguagem Universal Acessível, uma ferramenta desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (ACNUR). O app tem como objetivo eliminar barreiras linguísticas e garantir um atendimento mais eficaz e humanizado nas unidades de saúde que atendem esses grupos vulneráveis. Além disso, a plataforma conta com um banco de 150 intérpretes voluntários e cobertura de 20 línguas diferentes.
Segundo Janaina Galvão, chefe do escritório do ACNUR, em Belém, a ferramenta representam um passo essencial no acolhimento e comunicação desse público. "Este aplicativo representam um passo transformador, não apenas por viabilizar uma comunicação mais eficiente entre os profissionais de saúde e as comunidades indígenas refugiadas e migrantes, mas também por fortalecer sua inclusão e dignidade", destacou Juliana.
A iniciativa, financiada pelo Fundo de Inovação Digital do ACNUR, conta com a colaboração de diversas instituições, incluindo a Secretaria Municipal de Saúde de Belém, o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e o Conselho Warao Ojiduna. Gardenia Cooper Quiroz, intérprete voluntária, ressalta a importância do projeto: “Como intérpretes Warao e de língua espanhola para português, temos a certeza de que poderemos ajudar o nosso povo Warao por meio do aplicativo”.
Sobre o projeto
O projeto já passou por etapas importantes, como a formação de intérpretes comunitários e forenses, além de cursos de português instrumental para refugiados. Profissionais de saúde de Belém também receberam treinamento em intercompreensão linguística. Testes de usabilidade foram realizados em unidades de saúde, com a participação de diversos atores envolvidos no atendimento à população Warao.
Agora, o aplicativo LUA entra em sua fase crucial: o teste em situações reais de atendimento. Durante os próximos cinco meses, os feedbacks coletados dos profissionais de saúde e intérpretes indicarão o potencial da ferramenta e a necessidade de eventuais ajustes. A expectativa é que o LUA se consolide como uma solução eficaz para superar as barreiras linguísticas e culturais, garantindo um acesso mais justo e igualitário à saúde para as comunidades indígenas em Belém.
Fonte: ACNUR