Amazônia: quase 5 mil tracajás são devolvidos à natureza

 

Fotos: Noir Miranda/Sema

Uma grande vitória para a fauna amazônica! Mais de 4,9 mil filhotes de quelônios foram devolvidos à natureza na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Igapó-Açu, no Amazonas. A ação, realizada nos dias 6 e 7 de fevereiro, é fruto de um esforço conjunto entre pesquisadores, moradores locais e instituições ambientais.

A soltura ocorreu em duas comunidades da região: Nova Geração e São Sebastião do Igapó-Açu, localizadas no chamado "trecho do meio" da BR-319, entre os municípios de Beruri, Borba e Manicoré. No primeiro dia, foram soltos 2.631 tracajás (Podocnemis unifilis) e, no segundo, cerca de 2.291, totalizando mais de 4,9 mil filhotes.

Segundo Cristiano Gonçalves, gestor da RDS Igapó-Açu, a participação da comunidade foi essencial para o sucesso da iniciativa. 

"Esse projeto poderia ter 100 parceiros, mas sem o envolvimento das comunidades, das crianças não teria o sucesso que está tendo, nem hoje, nem nos últimos 15 anos", afirmou Gonçalves.

Cerca de 180 comunidades do Amazonas são beneficiadas pelo projeto

A soltura dos filhotes de quelônios é um passo fundamental para a conservação dessas espécies, que desempenham um papel importante no equilíbrio do ecossistema amazônico. A ação demonstra o poder da união de esforços entre diferentes setores da sociedade em prol da preservação do meio ambiente.

O projeto é uma parceria entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o Consórcio Concremat/Hollus, o Projeto Pé-de-Pincha, o Instituto Acariquara e o Instituto Claro.

Sobre o projeto

O Projeto Pé-de-Pincha, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), comemora 15 anos de atuação na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Igapó-Açu, no Amazonas. 

A iniciativa, que atua em 180 comunidades no estado há mais de 25 anos, é referência na metodologia de coleta e soltura de quelônios, como tartarugas e tracajás.

A soltura de quelônios, como tartarugas e tracajás, não só protege espécies ameaçadas, mas também promove a saúde dos rios e a biodiversidade local. Esses animais desempenham um papel crucial no ciclo de nutrientes, transformando proteína animal em matéria orgânica e contribuindo para a limpeza dos ecossistemas aquáticos, beneficiando diversas outras espécies que dependem desses habitats.

Áreas protegidas

A atividade de conservação na Amazônia recebe apoio financeiro do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), uma iniciativa colaborativa entre agências governamentais e não governamentais para ampliar a proteção da floresta. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, o programa tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) como gestor e executor financeiro. 

No Amazonas, o Arpa é implementado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) em 24 Unidades de Conservação, fortalecendo a preservação ambiental na região.

Fonte: SEMA