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| Thais Kokama, produtora e cineasta indígena (crédito: João Viana/Semcom) |
A Aldeia Inhaã-bé, no Tarumã-Açu, localizada na região metropolitana de Manaus, ganhou no início de fevereiro sua primeira sala de cinema. O espaço, que já foi cenário de diversas produções nacionais e internacionais, promete, a partir de agora, fortalecer a cultura indígena por meio da sétima arte. Financiado pela Lei Paulo Gustavo (LPG), o Cine aldeia se destaca como um dos primeiros cinemas em terras indígenas do país.
Com capacidade para 200 pessoas, o local será dedicado à exibição de produções feitas por indígenas, reforçando o audiovisual como ferramenta de protagonismo e resistência cultural. Durante a inauguração foi exibido o documentário "Traços da Resistência", dirigido por Thaís Kokana, uma das idealizadoras do Cine aldeia.
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| Toda a programação do espaço é voltada para disseminação da cultura indígena. Foto: Instagram. |
Nesta segunda-feira (10/02), Thais, que é produtora e cineasta indígena, falou com o ConectaEco sobre a iniciativa. Segundo ela, a ideia surgiu após a comunidade querer assumir o controle de suas próprias narrativas.
“Sempre fomos cenário para produções externas. Agora, queremos contar nossas histórias e empoderar nossos indígenas que já atuam como atores e roteiristas no audiovisual a criar produções próprias e deixar um legado para as próximas gerações sobre nossa ancestralidade”, afirma Thaís.
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| Foto: Instagram Cine aldeia |
Com formação em Rádio e TV, Thaís vê no cinema uma oportunidade única de preservar e compartilhar a cultura indígena com o mundo.
Investimento e programação
Com capital de R$ 100 mil, o Cine aldeia já iniciou suas atividades com uma programação especial, incluindo a exibição do documentário Traços da Resistência, dirigido por Thaís, e oito curtas-metragens. O espaço também será utilizado para mostras, festivais e oficinas de produção audiovisual, fortalecendo a presença indígena no setor.
Em março, o Cine aldeia vai realizar uma transmissão ao vivo da cerimônia do Oscar, precedida por um “ritual da vitória” em apoio ao filme brasileiro Ainda Estou Aqui, indicado em três categorias. A iniciativa simboliza a união entre tradição e modernidade, consolidando o cinema como um espaço de celebração e transformação cultural.
Fonte: Thais Kokama
