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| Fotos: divulgação Chão de Casa |
Por Luciana Bezerra
Giovana Bazoni, de 38 anos, é uma mãe empreendedora do Espirito Santo que transformou a necessidade em oportunidade. Diante da alergia da filha e de uma amiga aos absorventes industrializados, ela criou a "Chão de Casa", uma empresa que vai além da produção de absorventes de pano, ecológicos e reutilizáveis. Mas que mergulha fundo na educação menstrual, tema ainda tabu em muitas famílias, e na urgência de repensar o impacto ambiental.
Durante entrevista ao ConectaEco, nesta quinta-feira (30/01), ela contou que foi mãe aos 17 anos e por isso, começou a trabalhar muito cedo. No período da pandemia, Giovana encontrou a chance de aperfeiçoar suas habilidades de costura, que herdou das avós. Demitida do emprego, em Vitória na época da crise sanitária, ela começou a produzir máscaras de pano e a empoderar outras mulheres.
De acordo com Giovanna, o absorvente industrializado contém plástico e geralmente o ciclo menstrual de uma mulher dura cerca de 40 anos. Ao longo da vida, essa pessoa acumula aproximadamente 100 quilos de lixo. "É um impacto grande. Costumo dizer que o primeiro absorvente descartável no mundo ainda está em algum aterro sanitário por aí, já que o plástico demora de 400 a 500 anos para se decompor", alerta.
Início de tudo
Após nove meses de intensa pesquisa pós pandemia, a empreendedora lançou os absorventes ecológicos, da "Chão de Casa". Ela explica que a produção é artesanal e que os absorventes podem ser usados por qualquer pessoa que menstrua. Além disso, a capixaba se preocupa em oferecer um produto acessível, com preços que variam de R$ 25 a R$ 40.
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| Os produtos tem tamanhos variados para atender todos os públicos |
Inclusão e sororidade
O trabalho de Giovana não se limita à confecção de produtos reutilizáveis, ele é um ato de resistência contra o tabu menstrual que ainda assola a sociedade. A empreendedora promove rodas de conversa sobre educação menstrual, abrindo espaço para a diversidade de corpos que menstruam, sejam mulheres cis, homens trans ou pessoas não binárias. É um convite para quebrar as amarras do desconforto e da vergonha, promovendo uma relação mais saudável e natural com o próprio corpo. Sua produção artesanal, feita com amor em seu próprio quarto de costura, acompanha uma cartilha para que cada pessoa possa cuidar de seus absorventes reutilizáveis, um guia prático para desmistificar o uso e prolongar a vida útil dos produtos.
A Chão de Casa é também um catalisador de sororidade e empreendedorismo feminino. A capixaba faz questão de priorizar e contratar serviços de outras mulheres, construindo uma teia de apoio mútuo que impulsiona a economia local e o empoderamento feminino. Sua rede de contatos, construída em feiras e redes sociais, é prova de que o mercado de produtos menstruais ecológicos está em franca expansão, e que o interesse por alternativas sustentáveis é uma demanda real.
Fonte: Chão de Casa
