Aumento de 79% nas áreas queimadas é registrado no Brasil em 2024


Foto: Vecteezy


Em 2024, o Brasil registrou um aumento significativo de 79% nas áreas queimadas em comparação ao ano anterior, com um total de 30,8 milhões de hectares atingidos pelo fogo, segundo o Monitor do Fogo do MapBiomas. A extensão da área afetada equivale a um território maior que o da Itália, sendo a maior desde 2019. Desse total, 73% correspondem a vegetação nativa, especialmente florestas. O crescimento expressivo das queimadas está relacionado ao fenômeno El Niño, que provocou um longo período de seca no país.

Os estados mais atingidos foram o Pará, Mato Grosso e Tocantins, com 7,3 milhões, 6,8 milhões e 2,7 milhões de hectares queimados, respectivamente. Em dezembro, 1,1 milhão de hectares foi consumido pelo fogo, correspondendo a 3,6% do total anual. Apenas nesse mês, a área destruída foi comparável ao tamanho do Líbano, evidenciando a gravidade da situação no final do ano.

Outras regiões

A Amazônia foi o bioma mais afetado, com 17,9 milhões de hectares queimados, o que representa 58% do total nacional. Desses, 6,8 milhões de hectares eram áreas de floresta, superando as queimadas em pastagens. A introdução do fogo nesse bioma, atribuída principalmente a ações humanas, compromete gravemente sua resiliência e torna-o mais vulnerável a novos incêndios. Em dezembro, a Amazônia respondeu por 88% das queimadas nacionais, com 964 mil hectares devastados.

O Cerrado também sofreu grande impacto, com 9,7 milhões de hectares queimados, dos quais 85% eram vegetação nativa, especialmente formações savânicas. Esse número representa um aumento de 91% em relação a 2023 e é o maior desde 2019. Embora o Cerrado tenha evoluído com a presença natural do fogo, as queimadas atuais têm sido intensificadas por atividades humanas e mudanças climáticas, principalmente durante a estação seca.

Outros biomas também foram afetados, embora em menor escala. O Pantanal teve 1,9 milhão de hectares queimados, seguido pela Mata Atlântica com 1 milhão, a Caatinga com 330 mil, e o Pampa com apenas 3,4 mil hectares – a menor área queimada nesse bioma desde 2019. No caso do Pampa, o impacto reduzido foi atribuído ao El Niño, que trouxe chuvas intensas ao sul do Brasil, inclusive ocasionando enchentes em maio de 2024. Esses dados reforçam a necessidade de ações urgentes e coordenadas para mitigar os efeitos das queimadas e das mudanças climáticas no Brasil.


Fonte: Agência Brasil


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